Após problemas no Sistema Interligado Nacional, que envolveram o centro de carga Sudeste/Centro-Oeste, o país assistiu a desligamentos automáticos do sistema de transmissão que vincula Foz do Iguaçu a Tijuca Preto, e do sistema de transmissão e sub-transmissão dos Estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, isto é, um blecaute atingindo 18 Estado brasileiros. Os meandros desta questão tão interferente no cotidiano de cada um de nós revelam dois cenários de reflexão.
No primeiro, em curto prazo, destaca-se a necessidade de se estabelecer um processo de gestão que não apenas reconheça que a geração de eletricidade se desenvolve em uma ampla cadeia integrada de produção, mas que estabeleça mecanismos mais eficientes que acompanhem a operação e o desempenho de cada segmento de composição da cadeia de energia elétrica, onde uma Usina como a de Itaipu representa apenas um agente do segmento de produção, e somente chegará aos domicílios através de interações com os segmentos de transmissão (ponto nevrálgico do apagão de ontem) e de distribuição. No segundo, em longo prazo, evidencia-se mais uma vez o despertar para uma releitura da matriz ene rgética brasileira, que apesar da manutenção de seu perfil hídrico, poderia diversificar possibilidades estratégicas através de fontes alternativas, que reduzissem a responsabilidade do sistema hídrico, o que poderia, inclusive, representar uma redução da emissão de gases poluentes oriundos das hidrelétricas brasileiras.
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*Pós-Doutorando pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) da Universidade de São Paulo (USP) e Doutor em Desenvolvimento Socioambiental e Mestre em Planejamento do Desenvolvimento pela Universidade Federal do Pará.
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