sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O APAGÃO

Por Fabricio Quadros Borges*

Após problemas no Sistema Interligado Nacional, que envolveram o centro de carga Sudeste/Centro-Oeste, o país assistiu a desligamentos automáticos do sistema de transmissão que vincula Foz do Iguaçu a Tijuca Preto, e do sistema de transmissão e sub-transmissão dos Estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, isto é, um blecaute atingindo 18 Estado brasileiros. Os meandros desta questão tão interferente no cotidiano de cada um de nós revelam dois cenários de reflexão.

No primeiro, em curto prazo, destaca-se a necessidade de se estabelecer um processo de gestão que não apenas reconheça que a geração de eletricidade se desenvolve em uma ampla cadeia integrada de produção, mas que estabeleça mecanismos mais eficientes que acompanhem a operação e o desempenho de cada segmento de composição da cadeia de energia elétrica, onde uma Usina como a de Itaipu representa apenas um agente do segmento de produção, e somente chegará aos domicílios através de interações com os segmentos de transmissão (ponto nevrálgico do apagão de ontem) e de distribuição. No segundo, em longo prazo, evidencia-se mais uma vez o despertar para uma releitura da matriz ene rgética brasileira, que apesar da manutenção de seu perfil hídrico, poderia diversificar possibilidades estratégicas através de fontes alternativas, que reduzissem a responsabilidade do sistema hídrico, o que poderia, inclusive, representar uma redução da emissão de gases poluentes oriundos das hidrelétricas brasileiras.

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*Pós-Doutorando pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) da Universidade de São Paulo (USP) e Doutor em Desenvolvimento Socioambiental e Mestre em Planejamento do Desenvolvimento pela Universidade Federal do Pará.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Mais uma morte "antes da hora"!

Antes de publicar os textos aqui no BLOG sempre os trocamos entre amigos (as). Neste post, em especial, resolvemos publicar uma troca de e-mails que tivemos antes de postá-lo no BLOG, pois trata-se de um assunto que vem impactando diretamente no cotidiano de todas (os) os habitantes de nosso planeta.
Vamos aos bastidores da publicação do texto:

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2009/10/8
De:Henrique
Para: Fabio
Assunto: Qual a pergunta certa?

Grande amigo, tudo bem? agora a pouco soube que um amigo foi assassinado por 3 pessoas aqui
onde moro. Essas coisas nos causam uma revolta profunda, pois logo as conectamos com outros acontecimentos semelhantes e ficamos com uma sensação de impotência muito grande frente ao acontecimento. Estou ainda um pouco transtornado com a noticia e me veio a vontade de escrever algo no BLOG. Sei que tudo que eu escrever agora pode ser e, mas mesmo assim o fiz. Antes de publicar gostaria de saber o que você acha.
Obrigado,
Henrique

Qual a pergunta certa?
Uma pergunta para começar nossa conversa: você conhece alguém que nunca tenha sido vítima de algum tipo de violência causada pela ineficiência do Estado? Um assalto? uma sentença judicial injusta? um atendimento equivocado do SUS? enfim, passaríamos por horas aqui enumerando todos os transtorno causados pela ineficiência que geram tantas mazelas.

Entretanto, uma tem chamado atenção em especial: a violência física causada
pela ineficiência das políticas de segurança pública. Os dados são alarmantes e o cotidiano os confirmam, ou seja, basta perguntar para as pessoas: você conhece alguém que nunca foi assaltado ou vítima de uma violência semelhante? Êpa, que estranho, a pergunta não deveria ser: você conhece alguém que já foi assaltado?

Editor
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From: Fabio
Date: 2009/10/9
Subject: Re: Qual a pergunta certa?
To: Henrique

Poxa, eu sinto muito por este seu amigo. Muito mesmo. Ultimamente, cada notícia que eu vejo sobre gente morrendo "antes da hora" (na hora certa: "morrer de velho") tem me chocado e entristecido. Dizem que o tempo costuma nos calejar para as desgraças da vida, mas minha impressão é que estou ficando cada vez mais sensível às mazelas da sociedade. Ando inconformado com tudo.
Concordo com sua indignação sobre o que deveria ser regra (nunca ter sofrido violência) ter virado exceção.
De fato, a segurança pública no Brasil --em alguns estados mais do que em outros-- ainda está muito distante das boas práticas internacionais.
Mas mesmo a melhor polícia do mundo não consegue proteger seus cidadãos 100% do tempo em 100% dos lugares. Enquanto houver criminosos, o crime acontecerá onde não houver polícia naquele determinado momento (não consegui encontrar agora, mas há estudos com mapeamento territorial de crime que mostram que o policiamento em uma área empurra a criminalidade para as áreas menos policiadas, tudo mais constante).
A polícia age tentando controlar os efeitos, as conseqüências, mas tem pouco a fazer com relação às causas. Estas são frutos de outras violências, cometidas pelo Estado (garantia de direitos fundamentais e condições mínimas de vida, intermediação justa e pacífica de conflitos interpessoais etc.), pela família (violência contra a criança, incapacidade de transmitir bons valores e expectativas de condutas morais etc.) ou por seus semelhantes (violência que gera violência em retorno). O ciclo se realimenta.
Claro, há exceções: o policiamento comunitário é uma estratégia que pode atuar, sim, preventivamente, identificando com bastante antecedência sinais de desordem social que podem escalar para alguma atividade com maior potencial ofensivo e, neste caso, agir antes que o pior aconteça. E há estudos bastantes mostrando como as pequenas desordens sociais levam a desvios de conduta mais graves.
Mas nunca haverá um policial em cada residência, para evitar todos os episódios de violência doméstica, ou uma em cada bar, para evitar as brigas que escalam para assassinato. E ousaria dizer que isso nem é de interesse da população, que sentiria acuada e com sua liberdade tolhida pela polícia.
Temos, então, que refletir sobre se queremos apenas colocar tudo na conta da política de segurança pública, exigindo que mais gente vá para a cadeia (já superlotada), e fazendo com que as pessoas tenham deixem de cometer crimes por medo de ir presas, ou se queremos "fechar a fábrica de crimimisos" e inverter a lógica da violência, de maneira que as pessoas não cometam crimes por princípio, mesmo que ninguém esteja olhando. A polícia pode cumprir um valor educativo nessa transição, mas muitas das responsabilidades devem recair às outras instituições do Estado e, não nos esqueçamos, da própria sociedade (40% ou mais da economia brasileira é ilegal ou informal -- se fôssemos seguir a letra da lei para todos, o País hoje entraria em convulsão social).
Mas tudo isso acima são reflexões mais gerais. No caso deste seu amigo, a polícia pode ter falhado, sim. Não tenho informações suficientes para julgar. Mas tenho certeza de que muitas outras instituições do Estado também falharam nesse episódio.
Mais uma vida roubada, arrancada. Mais uma morte "antes da hora". Triste, muito triste.
{}s,
Fabio

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Da África para o Brasil!

Não vamos falar da crise do Sarney! Não!!! Vamos dar isso a mesma atenção que o referido Senador deu ao Brasil enquanto Presidente, ao seu estado de origem enquanto mandatário (Maranhão) e ao atual estado em que atua (Macapá), ou seja, vamos mudar de assunto.

Tenho um primo que mora em Guiné e que acompanha nosso BLOG com freqüência. Comentei com ele sobre a série que estamos escrevendo e pedi alguns comentários sobre algumas questões importantes que ele consegue ver de lá.

Sinceramente, esperava algo como a crise da fome, da miséria, entre outros problemas, mas, s-u-r-p-r-e-s-a, pois ele comentou sobre a crise que cerca a política de reaproximação dos EUA com o mundo muçulmano e na procura de paz entre judeus e palestinos. Abaixo serei fiel às palavras dele:

“A esta altura este e-mail já deve estar sendo monitorado pela CIA. Felizmente nada ocorreu ao Obama e espero que nada aconteça e que ele continue sua política de re-aproximação, especialmente com o mundo muçulmano e na busca de uma convivência pacífica entre judeus e palestinos, com o reconhecimento por parte de Israel. Na parte norte da África, onde fica a parte árabe e muçulmana mais xiita, a resistência ao Obama e aos Estados Unidos é maior, pois tem uma serie de fatos históricos onde ainda existe uma grande desconfiança, sem contar que há focos terroristas em alguns países. Já aqui na África Sub-saahariana, a parte mais pobre e humilde da África, os muçulmanos são moderados, e existe uma admiração e respeito pelo Obama, acho que em boa parte pela forte presença americana através de ajuda humanitária. Todos esperam uma maior aproximação e que isto possa representar a entrada de mais recursos capazes de transformar a situação atual. As maiores ações sociais, no entanto, são nos países anglofonos, mais a Sul, visto que a presença da França em suas ex-colonias ainda é forte e dominante. Agora o Obama está indicando novos embaixadores para os paises Africanos e penso que a partir desta ação ele vai poder começar a implantar de fato sua política e montar a sua estratégia. Vamos aguardar, pois há muito que ser feito”.

De um extremo ao outro do mundo é possível identificarmos suas crises, nos formatos mais variados possíveis, onde as variáveis políticas e culturais parecem ser os instrumentos de manipulação para o bem ou para o mal.

Que vença o bem para o mal das crises!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Existe alguma crise com as escolas e os jovens?

Por Patricia Mendonça (Doutora em Administração Pública e Governo pela FGV-EAESP e professora do Centro Universitário FEI.)


No último dia 22 de Julho praticamente todos os meios de comunicação brasileiros noticiaram a divulgação do estudo sobre a mortalidade dos jovens brasileiros, realizado pelo Laboratório de Análise da Violência da UERJ, Observatório das Favelas, Secretaria de Direitos Humanos de Presidência e pelo UNICEF.

O levantamento foi feito em 267 municípios com mais de 100 mil habitantes. O quadro é assustador. No Brasil 46% das mortes dos adolescentes são por homicídio! Outros 25% são por causa naturais, e 23% por acidentes. Foi calculado o IHA, Índice de Homicídios na Adolescência, e o valor médio do IHA para os 267 municípios pesquisados é de 2,03 adolescentes mortos por homicídio antes de completar os 19 anos.

No ranking da violência da população jovem, destacam-se Foz do Iguaçu, na liderança, seguida de Governador Valadares e Cariacica. Entre as capitais, Maceió e Recife aparecem nos primeiros lugares.

Sem perspectivas na maior parte dos centros urbanos, a criminalidade acaba sendo um caminho quase natural de muitos jovens.

Isto nos leva evidentemente a nos indagar coisas do tipo: Por quê não investimos mais em educação? Por que não damos mais oportunidades a estes jovens?

Bem, tenho convivido com jovens nas salas de aula onde leciono. Talvez não seja uma amostra muito significativa, já que as instituições de ensino superior em que trabalho servem a jovens de classe média e média alta.

Mas, também acompanho de perto relatos de amigos que convivem com jovens em situação de exclusão, na qualidade de educadores, como minha mãe, que é professora de uma escola pública em Salvador, ou outras amigas, que são monitoras de projetos culturais ligados á profissionalização e complementação educativa, em ONGs, em São Paulo.

Olhando mais de perto, talvez possam existir algumas similaridades.... Há uma grande inquietação entre os adolescentes na sala de aula.

Eu, que nem sou tão velhinha assim, fico pensando aqui com meus botões, como eles conseguem assistir aula, falar ao celular e ouvir os ipods ao mesmo tempo? Uma pergunta similar que minha mãe se faz na sua escola estadual lá em Salvador.

Perpassa o comportamento desses jovens, além da inquietação, uma agressividade e desilusão com a realidade que os cerca e com o seu futuro. Vejo isto quase todos os dias na faculdade que ensino. E também ouço das amigas que trabalham nas ONGs. Um filme que permite captar esta agressividade e falta de perspectiva é o documentário Pixo, sobre os jovens pixadores de São Paulo.

Além de me indignar com o fato de não receber a atenção que achava que deveria merecer como professora na sala de aula, fico também indignada com o fato de que, no relatório publicado pelo UNICEF e companhia, há a estonteante informação de que em cada 1000 brasileiros, 2 vão morrer assassinados antes de completar 19 anos!

E mais ainda, este estudo apareceu e sumiu na mídia com a mesma velocidade, sem que a opinião pública pudesse dar o devido espaço para a sua reflexão. O espaço era todo de Sarney, políticos corruptos e companhia.

Por fim, coloco aqui, então, minhas reflexões e indagações.

Algo parece estar fora do lugar com as instituições educacionais! Será que o mundo mudou e a escola não? O Marcelo Tass (do grande CQC!) observou que basta chegar na periferia e ver que as lan houses se multiplicam e que os jovens todos andam com pen drive pendurado no pescoço, virou sinônimo de status! Certamente passam quase o mesmo tempo, ou mais, na lan house, que na escola. Não deixam de atualizar seu Orkut nem um dia sequer! Marcelo Tass, queria acrescentar que também vi este fenômeno numa cidade de 20 mil habitantes no interior da Bahia.

E pensamos tanto em melhorar a educação e garantir o futuro de nossas crianças. Ocorre que depois elas crescem, tornam-se adolescentes, passam a desgostar ainda mais da escola e amar ainda mais o computador. Será que temos dado a devida atenção a eles? Quais são as políticas voltadas para a juventude que temos hoje?

Não sei se é por causa do computador, mas estes jovens parecem estar se aproximando das políticas de comunicação, como mostra a matéria ‘Juventude debate propostas para Conferência Nacional de Comunicação.

Alô alô governantes e educadores, será que este seria um dos caminhos?

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O vendedor ambulante e o garrafeiro: crises diferentes?

Recentemente tivemos a oportunidade de visitar um pequeno município no litoral brasileiro, na região Norte, com lindas praias e com uma população estimada em 37.000 habitantes (IBGE, 2007). Em períodos de férias, como o mês de julho, por exemplo, sua população sazonal chega a aproximadamente 50.000 habitantes, ou seja, uma verdadeira turbulência econômica local por temporada.

A população local parece habituada com isso e para parte significativa dela tal acontecimento é motivo de comemoração, porque há um real incremento na

renda familiar de muitos, tanto por meio das atividades do mercado formal, quanto do informal, como lembra dona Vânia, moradora do bairro do Barreiro: “Esses meses de feriado já ajudou muito a gente. Ajudou a levantar minha casa, graças a Deus”. Porém isso não é uma característica somente de Salinópolis (PA-BR), pois tal “fenômeno” ocorre em tantos outros lugares no Brasil e no mundo que, com certeza, guardam suas belezas e peculiaridades econômicas e sociais.

Ao andar pela orla incrementada deste município encontrei um vendedor ambulante parado, protegendo-se dos raios do sol, vendendo água, refrigerante e cerveja. Logo pedi uma água pra refrescar-me do calor de aproximadamente 38º e perguntei como andavam as vendas. Com um olhar preocupado ele disse:


Tem menos gente que no ano passado e tô vendendomenos também. Tá pegando! Essa crise pegou o pessoal que tem grana e que vem pra cá. Como eles não tão gastando eu num tô ganhando. Tomara que ela passe logo, porque daí melhora pra todo mundo daqui, né?”.

Sendo assim, é interessante pensar que os impactos da crise não podem ser generalizados para todos os lugares como querem alguns setores da mídia, mas podem ser relacionados com diversas situações. Ao observar a reação do Garrafeiro (último post de nosso BLOG), que se encontra praticamente no mesmo patamar financeiro que o ambulante, as suas convicções e idéias quanto à crise parecem ser distintas. Isso pode ser reflexo de vários aspectos, dentre eles os lugares e as situações que vivem, a atuação de seus governos locais, sua relação com a família, entre outras coisas.

Bem, parece então que, o que é possível generalizar nessas conversas, seria a não generalização dos efeitos da crise que pode nos mostrar várias facetas da sociedade em que vivemos e a reação das pessoas que a compõem como, no caso do Garrafeiro e do Vendedor Ambulante. Mas, fica a pergunta para o leitor que nos acompanha: o que seria possível generalizar em ambos os casos? o que teriam em comum? em que medida há responsabilidade do Estado (Executivo, Legislátivo e Juduciário) para ambos os casos? outras perguntas...

Boa reflexão para os comentários!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

A crise do Garrafeiro

Hoje inauguramos uma série de Posts sobre a Crise. Acompanhe, critique e escreva para o BLOG!

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Por Henrique Heidtmann Neto (Este post contou com a ajuda e reflexão crítica de Fábio Storino, que não é garrafeiro).

Atualmente muitas pessoas ligadas à política, à mídia e a outros campos de atuação vêm noticiando que a crise está passando e, de certa forma, corroborando que realmente foi uma “marola”. Porém, antes de tudo vale perguntar de qual crise estamos falando?

Seriamente estamos falando de uma crise cíclica ligada diretamente aos mercados financeiros. Bem, se olharmos a história recente, em 1929 tivemos a primeira delas, o que levou muitas nações a uma derrocada jamais imaginada. Entre a crise de 1929 e a atual tivemos outras crises dentro deste contexto, mas com um ciclo previsível de queda e reparação, independente dos impactos. Em suma, já sabemos que um dia esse tipo de crise vai ocorrer novamente!

Por outro lado, temos outra crise que não é cíclica e antecede a primeira de 1929 e que penaliza a maioria da população mundial, qual seja: a crise social. Esta semana fui andar em um bairro de uma grande cidade da Amazônia, que fica aos arredores de uma universidade pública. Parei pra tomar um cafezinho em uma padaria, paguei a conta e, ao sair, encontrei um homem, de bermuda, sem calçado e sem camisa (em função do sol forte, talvez) empurrando um carrinho cheio de garrafas com um mastro pendurando vários sacos com algodão doce. Aquele homem troca algodão doce por garrafa. Na Amazônia as pessoas o chamam de Garrafeiro, uma ocupação comum na periferia.

Aproximei-me dele, falei um “bom dia” e logo de imediato puxei assunto perguntando pra ele sobre a crise. “E a crise?” Sabe a resposta? “Qual crise? A da televisão ou a que eu vivo todo dia?” Como uma pessoa muito simpática que era ele continuei a conversa e ele, resumidamente me disse: “pra encurtar a conversa: eu vou no posto e o médico que devia chegar as 7h só chega meio-dia! Eu vou pro pronto-socorro e não tem lugar pra ser atendido! Na escola não tem carteira pro meu filho sentar!”

Eu preciso dizer mais alguma coisa? Bem, acho que a crise do Garrafeiro nunca passou!